segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fim de Ano



Quando o ano acaba, parece que empacotamos tudo, fazemos as malas e ficamos no escuro... Até que as luzinhas das estrelas, da última noite, espalhem fosforescência pelas travessas da grande avenida.

Enveredar e sorrir-se. Eis o caminho.

Muitas vezes, de olhos fechados.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Desabafo



hoje o dia está triste
muito triste
falta ar, falta força
de repente, sinto saudades
do que está sendo
do que eu não posso ver
meu pensamento é todo força, fé, energia
sob um céu de estrelas
numa noite de acampamento
com aquele foguinho queimando
sempre
aos nossos pés
a noite todinha
até que os sapatos sequem
e retornem aos nossos pés

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Espessuras


Alguém apagou a luz. De tudo, de todos. No escuro, o vento das coisas é mais espesso. Quando a pele do dia, queimada de noite.

Novamente reticências


Ontem senti o vento espesso. Tive saudades de infância. Peneirei fotografias há muito embrulhadas, quase coalhadas. Ouvi vozes de moldura, arrepios. Apaguei reticências. Revisitei.

Novo Manual Prático para o Anonimato





Novo Manual Prático para o Anonimato, dir. Andressa Cabral
no Satyrianas, 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

O que eu quero III



Quero recortar o que vejo em pedacinhos bem pequenos, e depois embaralhá-los para fazer uma colagem.

Um caos tão organizado quanto um quadro dadaísta.

Talvez assim, tudo fique em paz e as coisas sejam mais reais. E eu possa encostar meus dedos entre os fragmentos e perceber que o essencial está no silêncio, inacabado e intangível.

sábado, 7 de novembro de 2009

Haicai

ah! o velho poço!

uma rã salta

som da água

(Bashô)


vagamente me lembrou a morte isso
ou a vida
ou o silêncio
ou tudo
ou o nada
ou só um patinho na água com uma tulipa em cima
a tulipa cai
no som
chuá

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

quando


hoje é dia de colher reticências

Palco


e aí vem o teatro
e eu me pergunto o que, por que?
para que?
sei que lá, naquele palco, eu me sinto bem
só quando sou eu
ou um eu-alguém de mim que está lá
sem mim não há, não rola
hoje posso dizer que não estou
porque ontem não rolou

Desertificando-se



este é meu irmão
num deserto australiano
qualquer
só falta saber
quem está dentro
quem esta fora
de quem
ele
ou o deserto

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Diamantina




Inalar história, mastigar edifícios e escoar-se na ferrugem das estórias que se tecem por entrelinhas, ao vento. Imaginar o vivido em chão de palavras e sons.

Enquanto isso: a vida - zunido, ruídos de viver.

Eu: dentro-fora, sem som. No meio, a ir-me.

Há momentos, em uma viagem, em que você inspira o lugar e se infla até expeli-lo por cada um dos póros da pele. Devagarinho, por toda a vida.

Sentir


os sentidos continuam sozinhos


eu vou embora
fazer sentido
comer sentido
molhar sentido
amarrar
cada pensamento
em cima da árvore



O terceiro dia do rio


Naquele dia, o terceiro. O maior de todos.

Às 5:30 da manhã, o sol claro, lúcido e líquido. Cigarras em sinfonia. O rio, acordado.

Remos em rio de espelho. Ou espelho de paisagem, costurado, descosturado por canoas e mãos.

Dia de curvas, muitas. Montanhas e paisagens refletidas no espelho. Reflexo do céu, da terra, de mim. A cada curva, um novo retrato, um rio-funil minúsculo que aos poucos vai crescendo em tamanhos de largura.

Dia de encontros: com dragas que sugaram diamantes, escoaram desejos e esmagaram o em volta de tudo, envolto em tudo. Com ilhas que desenham braços e espaços que se derretem em correntes de água.

Logo, um rio maiúsculo, em linha reta, onde se remam infinitos, lentidões e silêncios.

Dia de inspirar: sentir o entorno em seu de-agora e trazê-lo para dentro. Eis o momento em que a jornada, em que eu. Rio: travessia de mim.


"Mas então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água, que não pára, de longas beiras: eu, rio abaixo, rio afora, rio a dentro - o rio".
(Guimarães Rosa - A Terceira Margem do Rio)

Rio Jequitinhonha



A alguns quilômetros de Diamantina, o rio.

Visto de cima, sinuoso, insinuante. O rio-curva, rio-terra, rio-escuro - claro de areias.



Quatro canoas, remos, a bagagem, no rio. Remar, em círculos, em linha. Maiúsculos, os caminhos. Aos meios, corredeiras, enviesadas, empedradas. O rio, em pedras, em teias, em praias, areia.


Viajo ao som das cigarras, passarinhos e correntes. Concerto de silêncios. Sinfonia em remo nas águas: indo, vindo, saindo.

No meio do rio, desprendo-me de mim e inflo-me na inércia do ir-me, ir-se. Quatro dias de mim. O céu-sol oblíquo, veemente, a devorar a epiderme. Tudo ferve por dentro.
Justificar

Fim de tarde. O sol escorrega-se pelos entrevãos da Serra do Espinhaço. Quase-noite, uma praia, um riacho, as barracas. Uma fogueira. E as estrelas em céu a pintar o horizonte com bolinhas de diamantes.

O silêncio. As cigarras a embalar o rio. E eu, por dentro da noite.

Expedição pelo Alto Jequitinhonha - 10 a 17/10/2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mãos do tempo



Mãos: segundo corpo. Onde buscam os ciganos um passado, um futuro. Hoje, mãos em febre, embalsamadas, álcool em gel por toda parte. Vamos, lavem as mãos. Desinfectar: todos, tudo. Não me toques, suas mãos carregam o mal que me amordaça. Jogue sua máscara epitelial pelo ralo. Desengordurar: todos, tudo. Temos que correr; há que varrer, não há tempo. Há uma perseguição. Premonição: o fim, o começo. Não me dê suas mãos - dê-me álcool em gel.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Para onde


Risco o espaço à procura de restos. Encontro infinitos começos, avessos de histórias que se enovelam em nossos fins. Enfim: sós.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eu...


Pq. Nac. Chapada das Mesas, MA

... e todo o resto,

Desprender-se da órbita em vazio, sem enfins. Apenas poréns que se descosturam em aquarelas; rurais molduras que me vestem: eu, vestida de tudo. Infinitamente, inevitável.

Lados


molhar o que eu vejo
desabotoar o que eu cheiro
amamentar o que eu ouço
costurar o que eu falo
sovar o que eu sinto

AGORA É HORA DE COLHER SENTIDOS


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

olhos nos olhos


o que fazer com o espelho?
deixar-se ver?
verificar?
ver e ficar?
(tem é que varrer)

Tudo


há muita superfície no todo
falta o desafio
por um fio: o ser
personagem

De que somos feitos?


Somos uma possibilidade do que não pode acontecer onde não há espaço. O espaço é o que vamos trazer menos o que fizemos sentido.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um presente...

... em letras, palavras, música que ganhei da minha amiga Denise! Adorei!

ela é silêncio e palavra
embaixo dela tem histórias
e paisagens
menina
moça
yogini
cozinheira
escritora
artista
menina linda
sempre alerta
mas dorme cedo
lindaaaaaaaa

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Em quadro dado não se olha os dentes


Por favor, não se torne mais um retrato sobre a parede. Não me deixe aqui a empilhar silhuetas ao vento. As figuras todas estão espalhadas pelo muro, em quadrados.

(o mundo, quando nasce, se esparrama pelo chão)


Olharei para o seu ângulo, você-enquadro, achatado, um você relativo, de papel, moldura e vidro. Agora não poderá tomar mais banho, para não desbotar. Desintegrar.

Meu olhar nega-se a empacotá-lo nos abismos da memória. Você-sonho, que não. Revisito-o em um espaço de silêncios, onde já, foi. Foice. Você-quase, já não, sem detalhes.

No retrato, metáfora do vazio. Vácuo intervalo sem perfume. Desprendo-me, prego-o à parede e fecho a porta.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Incômodo



você tem que saber tudo o que te incomoda?
você tem que sorver tudo o que te incomoda?
você tem que comer tudo o que te incomoda?
você tem que lamber tudo o que te incomoda?
você tem que moer tudo o que te incomoda?
você tem que roer tudo o que te incomoda?
você tem que querer tudo o que te incomoda?


domingo, 19 de julho de 2009

Luar


Já faz algum tempo. Mas naquele dia, eu vi a lua decapitada. Lua-luz, meia-luz. Há dias em que as noites são de lobisomem.

Bem no fundo


me perdi no seu abismo
agora não sei
voltar
para quê?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Não sei, acho que ainda não é isso...


ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

(Manuel Bandeira)


NÃO HÁ ALMAS
HÁ MÍNIMOS CACOS
QUE SE CONDENSAM
OU CAEM
OU ESTILHAÇAM
DESPRENDEM-SE
PERDEM-SE
INFINITOS REFLEXOS
SÓBRIOS
INEVITÁVEIS
INSTÁVEIS

terça-feira, 14 de julho de 2009

Ilha Grande



talvez essa seja a minha fase
janelas

para onde olho
por onde tudo
até no mar

Flip 2009


o que houve foram reencontros, releituras, re-cortes

havia flores que cresciam no telhado


havia um mágico que triturava profundidades


"não há profundidade, há infinitas superfícies superpostas"

então, eu aprendi a cavar
e descobri que tudo é imprevisível
e supérfluo
o imprevisível é supérfluo


e conheci um contador
que me mostrou uma outra janela
sua, minha
dentro de um livro
que dava para um rio
"A água preta, quase azulada. E a superfície lisa e quieta como um espelho deitado na noite."

devorei o rio e o livro antes de voltar para casa

viagem inspira
livro expira
outra
a viagem
inspira, expira

só há recortes
e histórias a recortar para recontar

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Crianças



"As crianças sabem tudo. Essa é uma estranha verdade. Nós, pretensiosos adultos, achamos que o saber deve ser dividido em pedaços. A criança não. Elas têm o sentimento em estado bruto, a instituição, que é anterior ao saber, mas superior a ele. As crianças têm a beleza indispensável."

(Flavio Di Giorgi)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Quarta-feira


um filme na tv
exatamente aquele que eu precisava
e um prato de batatas fritas
mais nada

enfim, uma noite livre


"- Tu cherches quoi?
- Une bonne place à l'orchestre, ni trop prêt, ni trop loin.
- Et à côté, il y a un siège de libre?”

(do filme Fauteils d'Orchestre, de Danièle Thompson)

Receita


um copo de água
duas colheres de mim
um punhado de ti
e me dissolvo facilmente
depois, é só levar ao forno
deixar dourar
não precisa de fôrma

Uma crise


Às vezes me pergunto porque não trabalho das 9 às 18, em um lugar só, os documentos assinados, a vida estabelecida, o mundo estabilizado.

Seria tudo tão mais fácil...

Eu, Romeu e a conta cheia.

Eu tenho um plano, que não tem nada a ver com ir, olhar, copiar, esperar. É um fazer-ir, indo-feito, não parar. Arrepiar os poros e expandir-me em cacos para além das esquinas. Saltar ex-quinas.

Despregar-me, rastejar, rasgar, sugar, tocar, desabituar-me, desabotoar, anteceder. Não quero esperar o envidraçar do infinito.

Quero condensar, triturar, estilhaçar os porquês e pisar em seus despedaços ainda quntes e úmidos. Sem pensar, respirar apenas. E formigar, apertar, engolir, expandir: dentro.

Há uma luz e eu quero sugá-la enqanto ela ainda está acesa.

Existir no próprio enquanto.

É


nosso jeito-lâmina de amar
flutuando esquilamente por entre abraços sacis
intacto desprender-se da órbita
tudo reluz: olhar
não há ar
amaciando intervalos
imagem-reticência

domingo, 31 de maio de 2009

Árvores


Foto by Mário Pedroni

"Écoutez-moi, dit-il. Q'est-ce qu'un arbre? Un arbre, c'est d'abord un certain équilibre entre une ramure aérienne et un enracinement souterrain. Cet équilibre purement mécanique contient à lui seul toute une philosophie. Car il est claire que la ramure ne peut s'étendre, s'élargir, embrasser un morceau de ciel de plus en plus vaste qu'autant que les racines plongent plus profond, se divisent en radicules et radicelles de plus en plus nombreuses pour ancrer plus solidement l'édifice. Ceux qui connaissent les arbres savent que certaines variétés - les cèdres notamment - dévelopent témérairement leur ramure au-delà de ce que peuvent assurer leurs racines. Tout dépend alors du site où se dresse l'arbre. S'il est exposé, si le terrain est meuble et léger, il suffit d'une tempête pour faire basculer le géant. Ainsi voyez-vous, plus vous voulez vous élever, plus il faut avoir les pieds sur terre. Chaque arbre vous le dit."

(Michel Tournier, Le coq de bruyère)

O que está faltando


DESABITUAR
D E S A B O T O A R

o momento é de flutuações

Sobre a razão e a moda


nosso mal é querer racionalizar tudo

é preciso criar uma estafa de tudo isso
gerar um incômodo
incomoda
com moda
ir com a moda

terça-feira, 26 de maio de 2009

Teatro pós-dramático



o agora em pedaços
tudo menos o nada
não na coisa em si
mas no como
no espaço e no tempo
alargadamente
deus mora no simples
é complicado
sem criar história
sem valor
renunciável
é o que é
no palco ou não
anunciadamente
ato-deficiência

segunda-feira, 18 de maio de 2009

It's all I have to bring today


It's all I have to bring today –
This, and my heart beside –
This, and my heart, and all the fields –
And all the meadows wide –
Be sure you count – should I forget
Some one the sum could tell –
This, and my heart, and all the Bees
Which in the Clover dwell.

(Emily Dickinson)

domingo, 17 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

Eu lá em imagens


imagem é tudo
sede não é

and no one's really sure who's lettin' go today
walking away


hoje a única coisa que eu sei que sou
um nome
o tempo


silêncio!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Diário de um dia perfeito


a vida: ensaio

o agora que chama o depois que puxa o já que deixa a imagem que leva o antes que escoa o detalhe que devora o amanhã que afina o logo que desprende o então que encurta o intervalo de tudo: um quase

e foi - fui

ávida, ensaio

as coisas em torrentes, não há tempo nem posição nem velocidade

há, ah

o princípio da incerteza, sem advérbios

agarro cada sílaba que cai

TUDO QUE TINHA QUE ACONTECER ACONTECEU HOJE

o que sobra para amanhã?

a vida: eu saio

vou

domingo, 3 de maio de 2009

Virada Cultural 2009


O que eu mais gostei:

(intervenção do meu amigo Abe)




A idéia: pintar, pintar, pintar... cada um que faça a sua arte.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vagalumes


o que vaga, lume
o que fere, olhar
o que voa, mar
o de dentro, ar
vagalumiar

Vagalumiando


Estou com vagalumes no olhar. Passo o dia a contar cada luzinha que pisca, acordada. Ninguém os vê, apenas eu. De dia ou de noite. O olhar vem de dentro, de um cantinho do fundo de mim, e vai para o fim do longe, vagalúmico.


Há tempos eu não ouvia ela falar...



... até que falou prá mim no feriadão, no Museu da Língua Portuguesa:

"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre – perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"

(Monteiro Lobato. Memórias da Emília, 1972)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sorrisolândia



Prá onde vai o sorriso quando ele some, assim, sem nada, e a gente não sabe onde ele se escondeu?


terça-feira, 31 de março de 2009

Sobre medos, portas e passarinhos


Tenho medo. Por isso paro. E vejo muros, por todo os lados. Vejo muros e dou murros. Mas é concreto. Então escuto, e a música que vem me faz dançar. Danço como os passarinhos. Fecho os olhos. O medo não passa, mas os muros caem e eu saio andando, como uma professora pássara. O difícil agora é bater às portas, porque minhas mãos são de penas. Então canto, esperando que as portas se abram. Mas não vão abrir se não me vêem. Olho pelo buraco da fechadura e vejo uma gaiola. Giro a maçaneta, entro. Com licença, vim cantar. Mais medo. As gaiolas olham-me a espera de que. Saio correndo, antes que os muros se levantem, aos urros. Vou-me, para outra porta. Sou pássaro, passarinho. Posso entrar?

quarta-feira, 25 de março de 2009

A invenção do real


o que é real e o que é imaginário?
quem é que decide?

pense: o dinheiro, por exemplo.
e a felicidade, a riqueza, a vontade, a verdade, o desejo, o consumo?
e a crise?

ninguém pediu minha opinião, nem me pediram para aceitar, apenas foram colocando na minha frente, até que eu por mim mesma minha pessoa fosse lá e pegasse e desejasse e pedisse e não vivesse mais sem...

depois até mandei embrulhar para presente.

e hoje não sei mais se sou real ou inventada
se sou eu ou se sou você
se sou ou se estou

terça-feira, 24 de março de 2009

As respostas


"Todas as respostas estão dentro de você. Procure dentro de si mesmo."

Foi o que eu ouvi o Lima Duarte falar ontem, na novela das 8. Ficou na minha cabeça...

sábado, 14 de março de 2009

A estréia


De feitos, pre-feitos, refeitos, rarefeitos. Raros efeitos. Coração refletido, refletinindo. Os pés ao vento, sebastianamente.

Relações

relações
re-velações

Sobre pássaros e danças



Os pés dançam. Os rostos, efêmeros, intactos. Deslizantes. Escorrem-se no seu desprender-se e abarcar. Cintilam. E seus corpos-pássaros voam. Finos fios, vozes que que afinam o espaço. Ouço um fio, a dança é de uma nota só. Pernas que se tecem em lençóis escorregadios. Veja, é a nossa música! Os passos têm asas. Os pés, passarinhos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

UM CONVITE PARA ASSISTIR MINHA PEÇA



Sinopse

A resposta é uma porta que se fecha. Um limite. Um fim...? Ele te ama? Você gosta assim? Estamos nos entendendo? Quantas pessoas habitam essa mesma pessoa? Quem está no controle?
Somos feitos de tantas coisas... Tantos feitos... E defeitos e desfeitos. Ela só queria cantar uma música e ele queria que o filho falasse PAPAI e a nossa barata filosofia que nunca leva em conta o ponto de vista da minhoca. Sim, parece absurdo. E não somos feitos também da absurdidade?
O que podemos fazer com uma rosa durante esse tempo que temos e que chamamos vida? O que não se pode fazer? E se foi feito que nome terá? E se ainda não existe que nome teria?
E são infinitas as perguntas e finitas as respostas e Somos de Feitos não tem resposta e mesmo assim é uma ou várias ou talvez o nosso desejo insuportável de pulsar vida e de pulsar dúvida.
Será que podemos ainda não entender alguma coisa e mesmo assim ela fazer parte da nossa vida? Será que tudo se explica? Estamos prontos para as explicações? Somos feitos e deixaremos de ser... Quais os nossos feitos enquanto somos? Aqui estão alguns...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ensaio


Foto do ensaio da minha próxima peça
Somos de feitos - Aguardem!

come flor como flor quando flor onde flor se flor
ser flor sou flor