domingo, 20 de março de 2011

Faculdade de Letras


Quando estava na faculdade, toda vez que lia um romance, fazia notas à margem. Sublinhava e anotava conceitos. O narrador incerto, metonímias, pedaços de Freud, o eu e o outro, teorias sem fim. (Des)Aprendi a encher os livros de pedras. 

Hoje, voltei a sonhar. Leio sempre e, por vezes, também anoto e sublinho.  Apenas as palavras que acho bonitas, que fazem meu corpo dançar, e minha pele sussurrar. Palavras que me fazem flutuar.
 

Sobre palavras e brinquedos

 Conversávamos em língua de brinquedo, degustando palavras. De repente, metade de mim mesma, nos longes do tempo. "Estou aqui e meia", pensei, "vou sair".
   Lá fora, silêncio. Vozes, eco, arrepios. Ânsia, cacos, unha, estômagos. Pausa. Alguém:
   - Que procuras?
   Aos poucos, falas intangíveis, pensamentos de canário. Entrei. Flor, palha, novelos. Desta vez, as falas eram de orvalho; as palavras, como olhos de luar, para longe de amanheceres.
   

Aula de Inglês

Vou te ensinar as palavras como se pinta um quadro. A língua através do corpo. Quer dançar?

segunda-feira, 7 de março de 2011