sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um arrepio

hoje peguei essa música nas mãos
li e reli
cantei alma
revisitei arrepios
e viajei ao lado do sol
até esquecer
o que de mim
em estalos lembranças

para mim, é assim que o ano começa

Força Estranha

Eu vi um menino correndo, eu vi o tempo
brincando ao redor do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho, e acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei

Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou

Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão

Eu vi muitos homens brigando, ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
e a coisa mais certa de todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol

Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

(Caetano Veloso)







domingo, 10 de janeiro de 2010