terça-feira, 27 de outubro de 2009

Rio Jequitinhonha



A alguns quilômetros de Diamantina, o rio.

Visto de cima, sinuoso, insinuante. O rio-curva, rio-terra, rio-escuro - claro de areias.



Quatro canoas, remos, a bagagem, no rio. Remar, em círculos, em linha. Maiúsculos, os caminhos. Aos meios, corredeiras, enviesadas, empedradas. O rio, em pedras, em teias, em praias, areia.


Viajo ao som das cigarras, passarinhos e correntes. Concerto de silêncios. Sinfonia em remo nas águas: indo, vindo, saindo.

No meio do rio, desprendo-me de mim e inflo-me na inércia do ir-me, ir-se. Quatro dias de mim. O céu-sol oblíquo, veemente, a devorar a epiderme. Tudo ferve por dentro.
Justificar

Fim de tarde. O sol escorrega-se pelos entrevãos da Serra do Espinhaço. Quase-noite, uma praia, um riacho, as barracas. Uma fogueira. E as estrelas em céu a pintar o horizonte com bolinhas de diamantes.

O silêncio. As cigarras a embalar o rio. E eu, por dentro da noite.

Expedição pelo Alto Jequitinhonha - 10 a 17/10/2009

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