sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mãos do tempo



Mãos: segundo corpo. Onde buscam os ciganos um passado, um futuro. Hoje, mãos em febre, embalsamadas, álcool em gel por toda parte. Vamos, lavem as mãos. Desinfectar: todos, tudo. Não me toques, suas mãos carregam o mal que me amordaça. Jogue sua máscara epitelial pelo ralo. Desengordurar: todos, tudo. Temos que correr; há que varrer, não há tempo. Há uma perseguição. Premonição: o fim, o começo. Não me dê suas mãos - dê-me álcool em gel.

Um comentário:

Simone Couto disse...

na mão,
também os nãos.



Beijo, querida amiga,
Simone