terça-feira, 20 de julho de 2010

E agora, José?

(para Cacau)

há o dia em que o vento para
as folhas silenciam
o sol se esconde
as estrelas somem
o céu escurece
e o mundo cai
puf!
assim, de repende
em milhões de pedacinhos
estilhaçado

e nós, embaixo
por cima dos cacos
a olhar sem saber
a juntar sem entender

em volta
apenas silêncio
escuridão
"Faz frio, aqui!"

não há flores
não há sol
nem borboletas
ou vagalumes

eu
vazio

há razões que ultrapassam o todo
que não são feitas
(se é que alguém as faz!)
para crer ou entender
apenas viver
sentir
ouvir o vento

ser
e nada mais

domingo, 11 de julho de 2010

Novo Manual Prático para o Anonimato


Agora às QUARTAS, 21:00 !!!


O espetáculo é uma livre adaptação da obra do escritor americano Chuck Palahniuk ambientado em uma atmosfera corporativa onde o banal e o grotesco predominam.

Direção: Andressa Cabral

Elenco: Cia Teatro No Sufoco – César Genaro, Esteban Umpierrez, Gabriela Cerqueira, José Alessandro Sampaio, Michelle Cavalcanti e Priscila Cunha

Quando: Quartas, 21:00
Onde: Espaço dos Satyros Dois – Praça Franklin Roosevelt, 134.
Quanto: R$ 20 (Inteira) R$ 10 (Estudantes, Classe Artística e Terceira Idade); R$ 5,00 (Oficineiros dos Satyros e moradores da Praça Roosevelt).
Lotação: 70 lugares.
Duração: 60 minutos.
Classificação: 16 anos.

Temporada: QUARTAS, de Julho a Setembro

sábado, 10 de julho de 2010

Sobre montanhas e ventos



Expedição Serra Fina, Julho/2010

De manhã, por cima das nuvens, a visão de toda a viagem. Eis o porque de tudo, o valer dos pés, o esquecer-se de todo o resto. Aqui, é como se deus. Assim, o então, o entorno.

Passei longos minutos a respirar a paisagem, ouvir o vento, espalhar-me pelo silêncio infinito do mundo. Eu, em pedaços, em espaços.

É no topo de tudo, no fim da caminhada, que olhamos para trás e nos fundimos com a paisagem. Agora, parte de mim.

Alguns minutos em quieto olhar. Eis o fim, o objeto único. Guardo a paisagem em memória, em história.

É aqui por onde o vento. Enquanto o vento. Até o vento.

Do alto de tudo

Expedição Serra Fina, Julho/2010

Subo montanhas para respirar o céu. Inspiro a paisagem e expiro sorrisos, alma - escuto cantar o vento.

Quando quem não


um círculo
que abre, que fecha

naquele dia

um lugar na platéia
uma frase no palco
um olhar, para a platéia
e então, quem não
daqui: joelhos e intestinos
por um instante
até que ficou tudo bem
tudo bem

tinha que ter um começo
e um silêncio
"olá" em círculos
até que palavras

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Intertexto


Se alguém me disser, agora, que daqui a alguns instantes tudo irá se acabar, o fim: levo apenas caderninho, e lápis. Algumas fotografias, talvez. Se bem que hoje, imagens-tela, sem tato. De resto, lembranças, e palavras - em palavras.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eu, para onde


É POSSÍVEL, AINDA, INVENTAR O MUNDO?

Reunião de professores


fui anotando
primeira impressão:

palhaços tristes
bolha de sabão
corda solta
roupas penduradas,
sem corpo dentro
vento que se perde
fantasmas
trem de ferro,
descarrilhado

prá mim
mesmo começo
sem fim:
tudo poema
crianças-poema
professores-música

Des-cor-ar


derreteram-se
todas as cores
e o mundo ficou,
branco
assim
sequinho
até as pontas dos dedos