terça-feira, 20 de julho de 2010

E agora, José?

(para Cacau)

há o dia em que o vento para
as folhas silenciam
o sol se esconde
as estrelas somem
o céu escurece
e o mundo cai
puf!
assim, de repende
em milhões de pedacinhos
estilhaçado

e nós, embaixo
por cima dos cacos
a olhar sem saber
a juntar sem entender

em volta
apenas silêncio
escuridão
"Faz frio, aqui!"

não há flores
não há sol
nem borboletas
ou vagalumes

eu
vazio

há razões que ultrapassam o todo
que não são feitas
(se é que alguém as faz!)
para crer ou entender
apenas viver
sentir
ouvir o vento

ser
e nada mais

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