terça-feira, 4 de novembro de 2008

Diário


Tenho máscaras. Não sou consumível nem abortável. Ando por corredores povoados de nulidades glorificadas. O mármore branco me sufoca. Quero respirar, porém inspiro sons e expiro areia. Ouço as buzinhas, mas sinto pausas somente.

Cinza é a cor de hoje. Cinza com leves toques de absinto. Monocromático e helicoidal, o meu dia; elasticamente urbano, porém.

Faz frio. Pausa. Olho minhas mãos. Pausa. Mãos de crematório parecem. Estendo os dedos para apanhar a tesoura ou colocar o dedo na tomada. Pausa. Penso em balões de veludo. O que será que isso quer dizer?

O mármore branco, a areia, a tomada. Nem mesmo eu sei.

Nenhum comentário: