domingo, 10 de agosto de 2008

Buraco de fechadura


Vejo os termômetros plastificados. Quero correr, mas a porta está trancada. A temperatura se liquefaz ao frigir dos olhos, ácidos e permeáveis. Ouço o sussurar do relógio na parede. Solas de cristal em tablado. Sombras em vozes na parede. Só posso engolir e mastigar o tempo. Daqui, as profundezas do impassível. Sons implacáveis em molduras de gelatina. É na profundidade elástica que eu consigo te ver mais de perto.

Um comentário:

Marco Camunha disse...

AHHH FENOMENAL!!!
mesmo.