segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Um poema do Chacal














NAVILOUCA

quero encontrar você
o dia amanhecendo
num buteco
tomando média
olhos claros
translúcidos
- você, aqui?

de repente nós dois
e o resto.

a gente vai
andando andando
dando risada
falando bobagem
pisando a paisagem
viagem

de repente
numa esquina
de terno o tempo
vai passar
apertado apressado.
a gente pára o tempo.
diz a ele, calmamente,

como é a felicidade
e vai seguir seguir seguir...

(Chacal)

A felicidade de um simples momento em boa companhia nos faz esquecer da paisagem, das pessoas ao redor e do tempo. Este, é como se parasse. Vive-se uma alegria sem hora nem lugar, regida por uma outra lei, um outro tempo. Um tempo que aparece descontraído, relaxado, sem camisa, de bermudas, dizendo: "estou indo, preciso passar,
but take your time". E acena com uma mão um quase-adeus sincero, e nos deixa aproveitar um pouco mais a alegria daquele breve instante.

E tudo se apaga: o cenário, o relógio, as pessoas que não fazem parte daquele pequeno universo temporário…

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