segunda-feira, 19 de maio de 2008

UM MÊS DEPOIS DA ÁRVORE


Um mês já dura o meu retiro. Retirei-me da vida real, do vai e vem do dia a dia, em que estamos sempre indo para algum lugar, mas nunca voltando de verdade para casa.

Não foi um retiro voluntário, mas muito bem vindo. O encontro inconscientemente desejado entre eu e minha casa, meus livros, meu sofá e meu chão.

Aqui, nada se repete.

Voltei à minha velocidade original. A um tempo real em que é possível começar e finalizar as coisas. Sem sobrepô-las ou deixá-las para depois. Sem estendê-las até o infinito.

Trabalho, só nas horas livres.

Hoje terminei de ler o quarto livro.

Sobre voltar a trabalhar? Quando chegar a hora, conversaremos. Enquanto puder sonhar o dia todo, não quero falar sobre isso.

Para que os sonhos não se espalhem em poeira.

"The thing is, they repeat themselves and repeat themselves but they never get anywhere, they never seem to finish anything."
(Margaret Atwood, The Edible Woman)

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