terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Machu Picchu
O importante não é o destino,
mas a trilha que se percorre até ele.
Caminha-se para a frente,
sem se voltar para o que ficou.
Até que a partir de um certo ponto não há mais volta.
Tão longa e árdua é a travessia,
que pensamos somente no durante, no agora, no enquanto.
Mentalizamos o corpo, o suor, a respiração.
Toda presença desaparece,
e nos tornamos únicos, solitários, companheiros de nós mesmos.
Debaixo dos pés, ao nosso lado, apenas os pétreos rastros da história.
E acima, a montanhosa natureza a observar.
A cada alvorecer, uma surpresa, um novo desafio.
Um dia em linha reta.
O outro, na direção do céu,
como se para tocar as estrelas.
Vez em quando, um descanso na paisagem.
O cenário anima, abastece, repõe o fôlego.
"Daqui do vale, não se vê o além de lá"
Mas sabemos que devemos continuar.
No terceiro dia, mergulha-se no vale mais profundo,
frio, obscuro, enclausurado.
Mas é lá que amanhece a força
para o destino final alcançar.
Porém, no último dia,
logo pela manhã avistada lá do alto,
desde aquela montanha para além do lado de lá,
Machu Picchu deixa de ser única
para se tornar plural.
Mostra-se diferente para cada pessoa que ali se encontra:
para o turista que vem de baixo, de trem ou ônibus,
uma atração fotográfica;
para o mistico, que vem de longe,
uma energia sagrada;
para o historiador, que vem dos livros,
um campo de estudo;
e, finalmente, para o caminhante,
que em quatro dias,
chega por onde o sol seus raios revela,
torna-se um encontro consigo mesmo
e com sua energia mais profunda.
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