quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O FERIADÃO






























Foi numa cidade invisível,
com nome masculino,
mas de alma feminina.

Tinha uma casa no alto da montanha.
Bem lá no alto.
E uma rede em parede de vidro,
com o vale todo se estendendo lá embaixo.

Chovia fininho lá fora.

Mas não faltou comilança.
Nem inúmeros cochilos, de manhã, de tarde e de noite.

Teve pneu em estrada de terra,
caminhos com cheiro de mato,
e queijo branco da fazenda com goiabada do interior.
Teve massagem em cabana no mato,
e cheiro de pão no forno à lenha.


Teve cachoeiras e rios,
meditação e dormidinha com barulhinho de água.
Teve muita leitura: na rede, na grama, no sofá, na cachoeira, no tapete da sala...
E também cantoria e histórias ao som do violão.
Falou-se de comida, família, literatura, homens e astrologia.

Teve jantar à luz de velas
e velas e vinho aquecendo a conversa,
ora iluminando, ora escondendo
o olhar, a expressão, o pensamento.

Lá longe, no fim do vale, o horizonte.
E aqui, bem pertinho, bem juntinho,
cinco amigas em perfeita harmonia.
Vozes e almas que conversam e atravessam o tempo,
boundlessly.

Um comentário:

INFINITO ENQUANTO DURE disse...

lindo, né... como sempre...

não tenho mais comentários....