Alguém me perguntou: Por que? Como justificar?
Lendo, sentindo, inspirando o texto. Mastigando-o, cantando-o, dançando-o. Eu gosto muito do Shakespeare. Tenho a vantagem de conseguir saboreá-lo no original, o que faz muita diferença. Descubro frases, palavras, trechos que conversam comigo. E acho incrível, que muitos séculos depois, aquele texto é capaz de me dar um arrepio no fundo da alma. Aí escolho um trechinho, memorizo-o, "canto-o", saboreio as rimas, as palavras, a música, o sentido. Passeio com ele por aí. E depois o levo para meus alunos adultos e adolescentes saboreá-lo na aula de inglês. Conto a história daquele pedacinho para eles. E eles vibram comigo. Isso pode ser com Shakespeare, ou com o Saramago, ou um poeta de cordel, um quadro famoso, ou um desenho que mesma eu fiz, ou um poema do Sergio Bacchi. Para mim, a arte que realmente importa é aquele que me dá um arrepiozinho lá no fundo.