sexta-feira, 25 de julho de 2008

Homo Gramaticus











a emoção sujeita
a ação predicada

o gesto substantiva
a expressão adjetiva

no pensamento indicativo
a emoção subjuntiva
da consciência imperativa

o sentimento pretérito
da intuição presente
subordina a ação
subordinação
ao futuro mais-que-perfeito

olhar plural
superlativamente
superlativa mente

domingo, 20 de julho de 2008

Li em algum lugar...


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo,e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
(Fernando Pessoa)

Me concede esta dança?


Devagarinho, miudinho, intenso. Suor, respiração, ritmo. Ofegante, dançante, ressonante. Na duração do tempo que paira, de um instante que para. Mãos, olhares, corpos, batidas, batuques, baterias. Por dentro, por fora. Retumbante. O tic-tac bem ao longe, quase inaudível...

Está ouvindo?
Que música é essa?


quinta-feira, 17 de julho de 2008

Querido diário...



"Todo mundo tem um coma pessoal."

"Sua escrita, você andando pela rua, toda sua vida exibida em cada ação física. Como você mantém os ombros [...]. É tudo arte. O que você faz com as mãos, você está sempre tagarelando sua história de vida."

"O que você não entende pode significar qualquer coisa."

"Você pode pintar qualquer coisa porque a única coisa que você revela é a si mesmo."

"Como o espectador controla a visão. Como o artista está morto. Vemos o que queremos. Vemos como queremos. Só vemos a nós mesmos. Só o que o artista pode fazer é nos dar algo para olhar."

"Tudo é um auto-retrato. Tudo é um diário."

(do Diário, de Chuck Palahniuk)

Você está em coma?



As pilhas. Elas estão acabando. Depois disso vem o coma. O ritmo mudo do corpo adormecido. Inconsciente. Até que alguém compre baterias novas.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Conversa de botequim














- O que foi?
- Não foi, está sendo.
- Desde quando?
- Desde sempre.
- Sempre é o quanto você se conhece?
- Sempre é o que eu tenho saudade.
- A saudade não é nostágica. Ou é?
- Não, a saudade é o meu medo.
- Medo de quê?
- Medo de descer antes do ponto.
- Talvez o ponto já tenha passado.
- Talvez eu nem precise descer. Talvez eu já tenha descido.
Talvez o ponto esteja sendo. Talvez o ponto, uma linha.
- Uma reta?
- Seta. Ou flecha.
- Você se fecha...
- Eu me flecho.

domingo, 13 de julho de 2008

Qual o seu pedido?





















Tem coincidências que a gente não consegue explicar

Consoâncias que aparecem assim, de repente
E nunca mais vão embora

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sobre árvores e pés









Os pés voltaram a pisar o chão
Sinto novamente a energia, a terra, a força
Pés disformes, quadrados
Parentes ainda distantes
Passos apertados, quase vazios
Andar esquálido
Estou descendo da árvore


O Mar



"Mãe, que é que é o mar? Mar era longe, muito longe dali, espécie de lagoa enorme, um mundo d'água sem fim. Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. Pois mãe, então o mar é o que a gente tem saudade?"
(Guimarães Rosa)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

FRIEZA


Imprevista, só mostra um quase
as horas se desfazem em palavras escorregadias
gestos elásticos, toque calado
vê o amanhecer do aqui dentro
agudo, devagar
em meios

o quase amargo, salgado
tudo apertado
em quadrado
suspensa verdade dilatada

domingo, 6 de julho de 2008

Outras inspirações flipianas


"A grande capacidade da literatura é mostrar o que foge ao convívio diário, aquilo que está arredio."
(João Gilberto Noll)


"A verdade é como um diamante: reflete a luz conforme a faceta em que ela incide."
(Pepetela)


"As narrativas se passam em um espaço que é o da imaginação de quem escreve, que não é necessariamente o espaço físico."

"Um livro só se torna um filme bom quando deixa de ser um livro e se torna um filme."
(Alessandro Baricco)


"Somos, antes de mais nada, feitos e fabricados de ficções, de tudo o que imaginamos. Crescemos e vivemos fabricando ficções. A ficção serve para enriquecer a grande ficção que é a nossa vida."
(Contardo Calligaris)

Inspirações da FLIP 2008


CHICO DOS BONECOS



























mágico encantador
cantador encantado
cantante contador
num instante rompante
minha imaginação puf puf


"A inteligência só chega realmente a funcionar quando a imaginação lhe serve de guia."
(Monteiro Lobato, citado por CHICO DOS BONECOS, na Flipinha 2008)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Flip 2008 em Paraty


























Ouço a história e perfuro o dia, a tarde e a noite.
Nas pedras, tecem-se estórias que atravessam o infinito de dentro da gente.