sexta-feira, 2 de novembro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Paredes
- Ah, corra e olhe o céu!
- E se não houver céu? Daqui de dentro não vejo o céu.
- Então corra e olhe o mar!
- Mais impossível do que o céu, o mar.
- Então pelo menos não corra e sinta o ar.
- Não há tempo para céu, mar, ar.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Um dia
pequenos gestos
pequenos encontros
pequenas palavras
pequenos sons
pequenas imagens
pequenas conversas
pequeno, o mundo
pequena, a vida
(tudo muito mais simples)
e todo o resto fez sentido
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Vazios
não há nada
no ato
no mato
no tato
de onde vem a canção?
de onde vem o amor?
talvez do fim
do ato
do mato
do tato
domingo, 15 de julho de 2012
Por entre areias...
anos depois
dez
para ser exata
encontrei uma carta
no baú
desmemórias
havia mágoa, havia dor
escrevi uma resposta
e uma flor
recebi um sorriso
havia abraço, havia amor
Ensaio sobre uma cegueira
Escrevo à luz de velas, em noite em que não há lua cheia. Faz muito frio lá fora.
Perdi meus óculos. Quebrei-os, estilhaçados no mármore cinza do quarto. Lente de vidro, despedaços ao mínimo toque.
Agora escrevo bem de perto. Por enxergar muito pouco, tenho que fechar um dos olhos e encostar meu nariz no papel para que acompanhe o movimento da caneta tinteiro.
Vejo cada palavra que se desenha na folha limpa. Dança de traços nítidos, embaraçados e imprecisos ao longe. Percebo bem o que escrevo à margem esquerda, mas vejo nuvens à direita.
Enxergo apenas a pena que percorre o papel; o corpo da caneta se perde nas brumas do não enxergável.
Mas queria apenas dizer, dançando, que hoje a lua sorriu para mim, e com sua luz empalhei o mundo.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Finalmente, eu ando
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
(Adriana Calcanhoto)
sábado, 12 de maio de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Outono
Este mês plantei um sonho. E ele, risonho, saiu a esparramar-se por toda a terra. Tomara que dele não frutos, mas futuros!
quarta-feira, 28 de março de 2012
Evanescências
Sua imagem desfia-se, aos poucos, em minha memória. Quanto mais penso, mais vejo cacos, farpas, restos do que um dia. Fotografias evanescentes, pedaços de história, não mais abraços. Seu nome me soa sem vogais, inaudível, incompreensível.
Vírgulas
se menos um sorriso
se, ao menos, um sorriso
se ao menos um, sorriso
sê ao menos um, sorriso
sê, ao menos, um sorriso
senão, menos um sorriso
senão menos um, sorriso
se não menos um, só riso
se, ao menos, um sorriso
se ao menos um, sorriso
sê ao menos um, sorriso
sê, ao menos, um sorriso
senão, menos um sorriso
senão menos um, sorriso
se não menos um, só riso
quarta-feira, 21 de março de 2012
Estômago
há muita espera na respiração
quero correr
mas as pernas andam
os pássaros cantam
as flores dançam
quero correr
mas as pernas andam
os pássaros cantam
as flores dançam
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Por causa de um bigode
O relógio está certo. Há uma nuvem de dúvida enquanto ele chega. Já chegou? Estou aqui, na fotografia. Uma bosta! A gente precisa de publicidade. Mesmo meu pai, por causa de um bigode. Talvez fosse eu dentro do figurino. Há gente que só faz isso por causa de um bigode. Não vai dar para todos. Se chover eu não quero. No começo ele fala por causa de um bigode. Caso aconteça alguma coisa a morte continua a vida dela. Por causa de um bigode. A coisa mais idiota do mundo é um jato só.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Distâncias
Encontros - Australia, dez/2011-jan/2012
às vezes é preciso muito pouco
para que tudo esteja tão perto
alguns desvios
pontes
estradas
passados
afinidades
eternidades
Assinar:
Postagens (Atom)