Ontem, ao olhar pela janela, vi um naco de sol munido de vento. Juntos, peneiravam as andorinhas que abotoavam de voares o céu. Botões de todas as cores, que abriam e fechavam o manto da noite. Até que o céu suou, em novelos de estrelas. Estrelas que abriram e fecharam o verso do dia.
quero derreter-me até me transformar em poema nada de carnes e pesos apenas cheiros, cores, música sentidos, palavras sílabas lixadas, dilatadas encolhidas, esticadas até que enfim sem fim poesia
prefiro o silêncio quando estou a costurar-me o ano já se indo os botões caídos têm de ser recolocados os furos remendados os fios soltos recolocados comentários tecidos é preciso trocar de roupa