Por favor, não se torne mais um retrato sobre a parede. Não me deixe aqui a empilhar silhuetas ao vento. As figuras todas estão espalhadas pelo muro, em quadrados.
(o mundo, quando nasce, se esparrama pelo chão)
Olharei para o seu ângulo, você-enquadro, achatado, um você relativo, de papel, moldura e vidro. Agora não poderá tomar mais banho, para não desbotar. Desintegrar.
Meu olhar nega-se a empacotá-lo nos abismos da memória. Você-sonho, que não. Revisito-o em um espaço de silêncios, onde já, foi. Foice. Você-quase, já não, sem detalhes.
No retrato, metáfora do vazio. Vácuo intervalo sem perfume. Desprendo-me, prego-o à parede e fecho a porta.