Boundlessly
BOUNDLESS IS THE WORD THAT CANNOT BE CAST IN THE SPELL OF TIME OR SPACE
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
São Paulo
cidade, minha
mesmo que toda fora de linha
aqui, eu
e todo resto que chamo meu
em família, sou mãe, filha, prima, neta, tia
e somos daquele jeito: o inesperado amor que vem do peito
no convívio, alegrias, dores, sorrisos, crises, respeito
aqui, há calor, há abraço
lá, há luz, mar, verdes, amizades que eu traço
aqui, escrevo em fragmentos - a linha longa, surpreendente, mágica, incerta
lá, o traço curto, previsível, ordenado - a vida sempre em linha reta
aqui, sou em surpresas
lá, o que sou? O talvez
incertezas
aqui, o concreto
lá, um caminho
correto, incorreto
do concreto ao mar: minha história a divagar
e um pequeno ser que segue o meu passear
sou aqui, me escrevo lá
nasces lá, mas és os fragmentos de cá
em pedaços
de cá, de lá
nossas histórias
passear
linhas de cimento
peças de um momento
domingo, 31 de julho de 2016
O mar
‘Mãe, que é que é o mar, Mãe?’ Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d’água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. –‘Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?’
(Guimarães Rosa, Manuelzão e Miguilim)
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Sobre você e eu
Sobre você e eu? O que!? Se ainda não sei de quem dizer.
Se você ainda que meu nunca haverá de pertencer, ainda que assim espero de você. Para não ter que sem mim, ou, de quem queira ser, deixar de querer ser e descobrir o quanto há de mim em nós.
Porque, ainda assim, sem você, como virgulas, nada sei sobre o que de mim espero entender nos dias de você.
por Cesar Genaro
Enquanto você não vem
em palavras
em poemas
em sorrisos
em estórias
em memórias
em movimentos
em atos
em tatos
em contatos
em música
em notas
em sonhos
você se faz
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Anima alma
Em algumas tribos xamânicas, se você chegar ao curandeiro se queixando de desânimo, de depressão, ele irá te fazer 6 perguntas maravilhosas e significativas:
1. Quando você parou de dançar?
2. Quando você parou de cantar?
3. Quando você parou de acreditar?
4. Quando você parou de se encantar pelas histórias?
5. Quando você parou para silenciar?
6. Quando você parou de amar?
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Great Ocean Road
sinuosas curvas curiosas
onde o sol de enclina
onda
cada história sua
em conversa muda
pedra
areias mares venta
curvas vales entra
parede
reassenta volta
sussurra solta
entra
para dentro
contra o vento
bate
onde morre
onde corre
mata
mar de náufragos
por que onda
corta
qual estrada
quase nada
volta
onde parede
certo rumo
solta
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Melbourne
for a stroll
for a drink
up in the sky
for a chill
in the air nearby
for autumn
yellow, red
leaves down
deep in your heart
sábado, 14 de março de 2015
sábado, 8 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
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